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Entrevista com Ana Adeve sobre como é ser uma jovem ativista feminista no Brasil Printable Version PRINTABLE VERSION
by Luciana Brasil, Brazil Sep 25, 2008
Education , Culture , Human Rights   Interviews

  

O grupo de Jovens Feministas de São Paulo foi fundado em 2003 com a demanda vinda de mulheres que se encontraram na União de Mulheres de São Paulo. A intenção era criar uma coletiva própria que refletisse especificidades e demandas dos jovens. Este trabalho contribuiu para o surgimento de outros grupos feministas no Brasil. As discussões chave estão focadas na idéia de uma identidade feminista visível no cenário político brasileiro e também em espaços do movimento feminista.
Os primeiros passos foram construir pensamentos feministas, ações e metodologias para trabalhar com mulheres jovens. No começo, a inclusão do movimento feminista foi difícil. O fato de que jovens ativistas se autodenominavam feministas foi um pouco controverso. As discussões dos grupos de jovens feministas não eram baseadas no feminismo da igualdade, tampouco baseado na concepção de que existe uma mulher universal que representa a todas as mulheres. Acredita-se, em contraste, que cada época, grupo e espaço devem remodelar a concepção da mulher – e nossa diversidade enriquece a prática e a política. É importante que a gente reflita sobre a variedade e diferença das feministas e de seus projetos de transformação social, porque a diversidade permite que você especifique as lutas e crie alianças entre grupos distintos.

- O feminismo de jovens da América Latina é claramente muito forte e ativo. Por que você acha que é assim e como foi alcançado? Você poderia citar alguns exemplos de sucesso de organizações de jovens feministas?
AA: Eu acredito que o feminismo jovem na América Latina é forte porque trabalhamos com a diversidade e questionamos a lógica da hierarquia desenvolvida dentre os movimentos feministas. Trabalhamos com a idéia de que todos os jovens estão sujeitos a direitos e são autores de suas próprias idéias.
A diversidade enriquece o feminismo, então para falar da juventude é importante incluir o feminismo e seus projetos de transformação social. Mas deve ser um diálogo franco, aberto e de sensibilidade cultural. Para jovens feministas, tal diálogo presume que deixemos de lado o lugar onde só o igual fala e que só existe entre pessoas iguais, e não dialogar com outras identidades ou com aqueles que têm dúvidas. Temos no campo do feminismo verdades absolutas para construir novos conhecimentos e novas relações feministas.
Nós da Jovens Feministas de São Paulo acreditamos que o feminismo de jovens mulheres na América Latina é forte porque ele propõe trabalhar com as seguintes idéias:
Promover o diálogo e a discussão inter-geracional:
- Se distanciar de particularidades dentro do feminismo, de teorizar e trabalhar coletivamente com jovens feministas;
- Escrever nossa própria história e mostrar nosso modo de interagir com outros;
- Promover o diálogo entre homens e mulheres jovens sobre o feminismo, masculinidade, saúde e sexualidade;
- construir discussões sobre identidade co-responsáveis e feminismo e promover o diálogo entre identidades diferentes;
- Refletir sobre nossas utopias e não responder simplesmente a perguntas antigas com respostas novas. Quem sabe – podemos criar novas perguntas que ainda não tenham respostas!

Os grupos que consideramos ser bons exemplos incluem:
- Jovens Feministas de SP – Brasil
- Elige – México
- Las Ramonas – Paraguai
- REDLAC – AL
- Articulação de Mulheres Jovens, trabalhando na América Latina e Caribe para os Direitos Humanos e Cidadania (AMJ)
- Mulheres Jovens Negras Ativas – Brasil
- Coletivo Feminista para Jovens – Brasil
- Incide Joven – Guatemala
- Mizangas – Uruguai
- Coordenação de Jovens – Chile
- Coordenação Juvenil - Equador

Quais são as realidades das jovens na América Latina e as necessidades dos movimentos de jovens feministas?
AA: esta é uma questão muito complexa de responder. Acredito que posso focar de duas maneiras:
1) Qual é o contexto das mulheres jovens na América Latina
2) Quais são as necessidades dos movimentos de jovens feministas
Em relação ao contexto, acredito que podemos enfatizar que muitas jovens sofrem violações de seus direitos. Em muitos países, o aborto PE considerado um crime e isto afeta diretamente à mulheres jovens. O avanço do fundamentalismo é visível em muitas regiões do nosso país. Um exemplo: no Brasil existem mais de 42 propostas em processo no congresso sobre a questão do aborto, sendo que 31 delas sugerem a inclusão do aborto como sendo um crime. A lei atual do Brasil garante o aborto em casos de estupro e perigo de vida da mãe, no entanto, muitas propostas que estão no congresso hoje querem banir o aborto até mesmo nestas circunstâncias.
Hoje sabemos que no Brasil, a maioria das mulheres que morrem decorrentes de um aborto inseguro são pobres, negras e jovens. Portanto, a onda fundamentalista que invadiu o país e conseqüentemente a América Latina é um contratempo para todas as jovens da região.







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Luciana Brasil


"Decifra-me ou te devoro"
Comments


Adham Tobail | Sep 28th, 2008
thank you my friend its good participation adham palestaine

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