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by Efraim Neto, Brazil Aug 26, 2008
Media , Human Rights , Peace & Conflict   Poetry

  

É chegado o dia em que necessitamos repensar as nossas atividades.
Repensar a nossa insignificante ação de omitir fatos e verdades.
Assumir a nossa dependência pela tristeza e pela pureza.
Acrescer a nossa agonia o tom da nossa insensibilidade humana.
Você pensa nos teus instintos? Você conhece os teus instintos?

Onde mora a nossa sensibilidade?

Queremos uma ladeira para subir! Porém não sabemos caminhar.
O norte crê solucionar os problemas que apenas o Sul conhece.
A nossa caminhada é cega. Estamos no templo da escuridão e da opressão.
Não temos paz e nem tempo para sermos felizes por algum momento.
Temos fome? Não conhecemos a fome! Conhecemos?

A pele é o mais terno de muitos.
Das peles que usamos para cobrir o nosso corpo, o nosso terno é a vergonha.
Recriamos a regressão social e o processo de multiplicação.
Multiplicamos a fome, o medo e a tristeza.
Multiplicamos a certeza – e a única certeza que temos: é a de que somos diferentes.

Uma diferente indiferença como uma mera sensação de culpa.
Dilaceradores e represores – é o que nos resta? Fome e mais fome!
Somos todos culpados por nossa própria ignorância.
Queremos o que temos e desejamos o do próximo.

Onde mora a nossa sensibilidade?

A liberdade está outorgada no papel e descumprida na vida real.
Somos suspeitos de crimes perfeitos.
De mãos sujas de sangue. E de sangues machados de esperança.
Somos cavaleiros da mentira e da pressão.
Somos a vergonha de um povo que chora: chora a vergonha de ser humano.

Somos a realidade de que têm fome.
Somos a janela fechada para o brilho do sol.
Somos a porta da vergonhosa falta de humildade.
Nós não somos isso!

Onde mora a nossa sensibilidade?
Onde mora a tua sensibilidade?
Onde mora a minha sensibilidade?

Quero ar, quero mar, quero paz.
Quero amar, quero amor, quero um lar.
Quero comer, quero respirar, quero a liberdade.
Quero sonhar, quero desejar, quero a fraternidade.
Quero sorri, quero compartilhar, quero a igualdade.

Será que existe motivo para querer tanto?
Onde mora a nossa sensibilidade?





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Efraim Neto


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