by Efraim Batista de Souza Neto | |
Published on: Aug 26, 2008 | |
Topic: | |
Type: Poetry | |
https://www.tigweb.org/express/panorama/article.html?ContentID=21883 | |
É chegado o dia em que necessitamos repensar as nossas atividades. Repensar a nossa insignificante ação de omitir fatos e verdades. Assumir a nossa dependência pela tristeza e pela pureza. Acrescer a nossa agonia o tom da nossa insensibilidade humana. Você pensa nos teus instintos? Você conhece os teus instintos? Onde mora a nossa sensibilidade? Queremos uma ladeira para subir! Porém não sabemos caminhar. O norte crê solucionar os problemas que apenas o Sul conhece. A nossa caminhada é cega. Estamos no templo da escuridão e da opressão. Não temos paz e nem tempo para sermos felizes por algum momento. Temos fome? Não conhecemos a fome! Conhecemos? A pele é o mais terno de muitos. Das peles que usamos para cobrir o nosso corpo, o nosso terno é a vergonha. Recriamos a regressão social e o processo de multiplicação. Multiplicamos a fome, o medo e a tristeza. Multiplicamos a certeza – e a única certeza que temos: é a de que somos diferentes. Uma diferente indiferença como uma mera sensação de culpa. Dilaceradores e represores – é o que nos resta? Fome e mais fome! Somos todos culpados por nossa própria ignorância. Queremos o que temos e desejamos o do próximo. Onde mora a nossa sensibilidade? A liberdade está outorgada no papel e descumprida na vida real. Somos suspeitos de crimes perfeitos. De mãos sujas de sangue. E de sangues machados de esperança. Somos cavaleiros da mentira e da pressão. Somos a vergonha de um povo que chora: chora a vergonha de ser humano. Somos a realidade de que têm fome. Somos a janela fechada para o brilho do sol. Somos a porta da vergonhosa falta de humildade. Nós não somos isso! Onde mora a nossa sensibilidade? Onde mora a tua sensibilidade? Onde mora a minha sensibilidade? Quero ar, quero mar, quero paz. Quero amar, quero amor, quero um lar. Quero comer, quero respirar, quero a liberdade. Quero sonhar, quero desejar, quero a fraternidade. Quero sorri, quero compartilhar, quero a igualdade. Será que existe motivo para querer tanto? Onde mora a nossa sensibilidade? « return. |