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Por: Efraim Neto*
A busca exacerbada por um desenvolvimento cego, sempre provoca conseqüência irreversíveis à natureza de uma criança; por conseqüência, ao ecossistema e, também, a uma cultura.
Em tempos de crise social, ambiental e tecnológica, é sempre vigente a necessidade de se reafirmar a tão inquieta busca por um desenvolvimento que venha satisfazer as nossas necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprias as suas necessidades, como proclamou o documento intitulado Nosso Futuro Comum. Como podemos construir uma sociedade melhor se não cuidamos das bases sociais desta construção? Quais as possíveis conseqüências das mudanças climáticas, dos bolsões de calor e do aumento de temperatura, na fase da vida em que se está mais vulnerável, a infância?
Está mais do que comprovado o quanto o atual modelo de crescimento econômico gerou enormes fissuras sociais e ambientais; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a desigualdade aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.
É neste cenário sombrio que a juventude e as crianças aparecem como grandes instrumentos para a mudança. Não que estejamos colocando sob eles a grande responsabilidade sobre os acontecimentos globais, mas pelo simples ato de reconhecer o quão importante é a instituição de uma nova consciência. Essa construção será guiada pelos mais jovens. Para tanto, ainda precisamos aprender muito sobre as mudanças climáticas e sobre as suas conseqüências.
Necessidades Básicas: A grande conseqüência, não só da falta de informação, mas também de uma incompetência exagerada sobre os fatos referentes ao desenvolvimento social e econômico, são 10 milhões de mortes infantis, menores de 5 anos, por ano. A busca exacerbada por um desenvolvimento cego, sempre provoca conseqüência irreversíveis à natureza de uma criança; por conseqüência, ao ecossistema e, também, a uma cultura.
Em 2000, a Organização Mundial da Saúde (OMS), apontou que as mudanças climáticas foram responsáveis por 2,4% dos casos de diarréia, e por 6% de paludismo (malária). A malária é uma das doenças mais freqüente nas crianças africanas. Ainda podemos aqui apontar duas outras temáticas que abocanham a saúde de nossas crianças: a poluição do ar e da terra, em especial, problemas relacionados à chuva, seja por sua abundância ou por sua falta.
Uma perspectiva assinalada pela Unicef aponta que, caso ações não sejam tomadas, em 2020 poderemos ter cerca de 75 milhões de pessoas, na África, sem acesso a água. A baixa capacidade de adaptação pode vir a fazer com que famílias sejam expulsas de suas casas, criando um entorno propício para delinqüência e para o tráfico de pessoas. Uma família faminta não educa as crianças. Será até natural a venda de crianças, o seu tráfico e a sua exploração, como já ocorre no Camboja.
Responsabilidades: As mudanças climáticas deixaram de ser uma questão somente ambiental. Passou a ser um problema que requer a composição de uma experiência coletiva em questões como o desenvolvimento sustentável, desenvolvimento socioeconômico, segurança energética e bem-estar, em especial da infância.
Carecemos de um cenário que aponte para as necessidades políticas das crianças. É nossa responsabilidade, projetar e constituir programas eficazes de conscientização nas escolas, bairros e comunidades. Constituir ações que fomentem a manutenção de uma cultura da preservação e aumente a autonomia das crianças.
Um clima frágil, pouca comida e a falta de água potável impulsionam a ocupação inadequada do solo. As crianças mais pobres são as mais vulneráveis. Também são as primeiras a sentir o aumenta da má alimentação e, conseqüentemente, as suas desordens, o que prejudica no seu crescimento e desenvolvimento, inviabilizando a sua saúde. Segundo a OMS, 4,5 mil crianças morrem por dia devido a alguma doença de via hídrica.
A crescente contaminação, a exploração excessiva das fontes hídricas e a degradação nas zonas de captação de água, agravam a situação. Se espera que o falecimento por asma, a enfermidade mais comum entre as crianças, aumente em 20% até 2016. Para conhecer o “risco-criança”, veja essa reportagem do site da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI).
Conseqüências: De certa maneira mil e uma conseqüências ser relacionam à falta de segurança ambiental e às crianças. Destacam-se: a suscetibilidade a efeitos físicos (fome, doenças, enchentes, focos de calor). A vulnerabilidade: sensibilidade de alguns países, na parte física, econômica, social e do sistema político. Além da questão da agricultura e do trabalho escravo e infantil.
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