by Efraim Batista de Souza Neto
Published on: Sep 9, 2008
Topic:
Type: Opinions

Querem internacionalizar o que é nosso. Mesmo que os governantes não tenham o devido cuidado com esse patrimônio que é a Amazônia, ela continua pertencendo a todos os países que a têm em seu território. O Brasil detém a maior parte da Amazônia e é o um dos grandes culpados pela degradação ambiental que a região sofre desde o passado. A Amazônia é constituída por fronteiras que vão muito além de hectares, influenciando e construindo a identidade cultural da Região Norte da América do Sul.

Biodiversidade: o termo da moda. Talvez esse seja o grande motivo que leva, atualmente, outros países a quererem se apropriar dessa supremacia brasileira, denominada “Amazônia Legal”; querem obter tanto as riquezas naturais quão riquezas econômicas, produzidas pela Amazônia. Pouco se ouve falar sobre a Internacionalização da Amazônia na mídia brasileira, mas esse não deixa de ser um dos assuntos mais antigos e polêmicos já enfrentados por nossos governantes. Ocorrendo sim um descaso pela parte política, nós brasileiros deveríamos cobrar maiores informações e implantações de projetos por parte do Governo na região, pois o processo de Internacionalização somente trará uma mudança na raiz cultural brasileira. Exemplo disso é o fato dos índios, nas proximidades da fronteira, não aceitarem serem denominados de brasileiros – as suas raízes foram esquecidas, e hoje já não se falam o português e nem os dialetos de seu povo, pois há a implantação do inglês e do francês, pelos países interessados na região.

O que deveria ficar bem claro é o que poderá acontecer na Amazônia caso ocorra a sua Internacionalização: temos grande parte desse território vendido para grupos estrangeiros como a Wolksvagem. O interesse de empresas farmacêuticas também é enorme, já que acreditam que na Biodiversidade amazônica esteja a cura para algumas das enfermidades humanas. No fundo os grandes interesses caminham para a vertente do “capitalismo selvagem”, pois com a venda de produtos, tanto minerais quanto naturais, poderiam gerar uma arrecadação econômica que ultrapassaria mais de U$$ 30 trilhões por ano.

A grande discussão fica por conta das questões econômicas, o Brasil possui a riqueza natural, mas não pode explorá-la por falta de recursos materiais. Encima disso tudo, o que deveria acontecer eram parcerias, por exemplo: o Brasil cede a matéria prima e assim não pagaria impostos pelos produtos já industrializados. Em alusão a este fato temos o encontro do rio Negro com o Solimões, um escuro e o outro mais claro, mostrando o quão a Amazônia é de todos nós. Não deveram ser os interesses econômicos do Brasil, muito menos de outros países, que irão destruir ou explorar essas riquezas naturais, pois a parceria se tornaria de interesse publico, sinalizando que a Amazônia pertence a aquele que necessitar dela.

O encontro dos rios Negro e Solimões serve também para deixar claro que esse território do mundo, que possui a cura para as doenças humanas, não pertence ao negro e nem ao branco, mas sim a todos nós, pois com a criação da parceria, a Amazônia é minha, é sua e de todos que um dia venham a necessitar de sua Biodiversidade. Para isso é necessário preservar a natureza, pois assim, por conseqüência, preservamos a vida.

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