by Tony Pent | |
Published on: Jul 28, 2008 | |
Topic: | |
Type: Opinions | |
https://www.tigweb.org/express/panorama/article.html?ContentID=21269 | |
O mundo sofre com a falta de comida e para isso deveriamos discutir a conservação do solo, a água, a biodiversidade que é a base de tudo que existe no nosso planeta, isso sem comentar sobre o sustento dos agricultores, a segurança ["security"] alimentar para os pobres, a segurança ["safety"] alimento para todos. O sistema que destrói a Terra, destrói tambem o direito dos pobres à comida. Por incrível que pareça , os mais afetados pela fome são aqueles que produzem comida por não ter acesso a ela, por ter que vender todos os grãos para comprar produtos químicos para produzir esses mesmos grãos, essa é a nova forma de colonialismo, porque o controle da semente já havia sido realizado com o uso de químicos na Revolução Verde. Hoje,mas com a introdução da semente híbrida e da semente patenteada, criou-se uma colonização ainda mais profunda. A natureza da semente é de se reproduzir, mas com as tecnologias e os truques jurídicos do mundo foram aplicados para impedir que a semente se reproduza da sua propria semente e para fazer com que os agricultores não possam guardá-la, tendo de comprá-la todos os anos, tornado-se assim uma corporativização da comida, onde as grandes empresas estão tentando dominar toda a cadeia alimentar por meio de três processos: a aquisição da propriedade do primeiro elo da cadeia alimentar (a semente), usando as patentes, o segundo: a utilização das novas ferramentas da engenharia genética para controlar o sistema alimentar, como a tecnologia "terminator" (que impede a semente de se reproduzir). De forma ainda pior, estão tentando controlar a cadeia alimentar pela contaminação, com isso está-se inviabilizando todas as alternativas ou seja a agricultura sustentável, a agricultura orgânica. A engenharia genética, nos diz que produziremos mais comida. Mas, ao se calcular a área e a nutrição por hectare, um sistema biodiverso produz mais nutrição. O sistema de agricultura industrial acabou com a diversidade das plantações sustituindo por monoculturas de arroz e trigo. Isso cria deficiências de nutrientes e só vai criar mais fome e mais desnutrição. Uma das razões é o fato de que vai desviar nossos recursos já escassos, da única forma viável de alimentar as pessoas, especialmente os pobres. Pesquisas de órgãos internacionais mostram que os únicos lugares em que não há deficiências sérias de vitamina A, são aqueles lugares onde foram cultivadas sementes variadas.O mundo precisa receber sementes de alimentos que são ricos em ferro e vitamina A para nos livramos de problemas ainda piores de desnutrição. Os recursos que estão sendo oferecidos, nada mais são do que uma solução feudal para a desnutrição, o que agrava o problema e cria outras receitas de monocultura. As grandes empresas que querem ter o controle do mundo aplicam uma espécie de biopirataria, que nada mais são, a de se descobrir com que objetivo usamos a biodiversidade e depois alegarem que foram inventadas por elas as formas de usá-las . È preciso urgentemente mudar o sistema de direitos de propriedade intelectual, especialmente o sistema global, o Trips (Acordo sobre os Aspectos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual, na sigla em inglês), que dá poder às empresas para piratear o mundo e transformar o conhecimento dos outros em seu monopólio, ordenando que paguemos royalties sobre o que era nosso. As formas de vida e o conhecimento nativo deveriam estar fora da alçada do Trips, e a biopirataria deveria ser tratada como crime. A crise criada pela agricultura industrial, com a disseminação de febre aftosa, a doença da vaca louca e o temor em relação aos transgênicos usados para diminuir ainda mais as opções da agricultura rural nativa e de pequena escala, so tende em se consumar em uma agricultura totalmente nas mãos das corporações, esse é o pior crime que se comete com a humanidade. Por meio da agricultura descentralizada, com sistemas alimentares locais poderemos criar para o mundo um futuro mais empolgante. « return. |