TIGed

Switch headers Switch to TIGweb.org

Are you an TIG Member?
Click here to switch to TIGweb.org

HomeHomeExpress YourselfPanoramaDiscussão sobre Jornalismo Ambiental
Panorama
a TakingITGlobal online publication
Search



(Advanced Search)

Panorama Home
Issue Archive
Current Issue
Next Issue
Featured Writer
TIG Magazine
Writings
Opinion
Interview
Short Story
Poetry
Experiences
My Content
Edit
Submit
Guidelines
Discussão sobre Jornalismo Ambiental Printable Version PRINTABLE VERSION
by Efraim Neto, Brazil Mar 26, 2008
Media , Environment   Opinions
 1 2   Next page »

  

Seguindo o que determina muitos pensadores do jornalismo, isso na questão política – aqui não indissociável das questões ambientais – os meios de comunicação são compreendidos com um instrumento de interesse político, e nós jornalistas ambientais temos também os nossos interesses! Na visão da esquerda, os veículos são tidos muitas vezes como instrumentos que ajudam à direita; já para a direita, são compreendidos como instrumentos que põem em causa o capitalismo.

Independentemente de ser direita ou esquerda, defendemos a posição de que as notícias articulam em prol dos diversos interesses existentes na sociedade, principalmente, no nosso caso, as questões que entrelaçam o meio ambiente. E mesmo que não aceitemos essa condição, seja de direita ou esquerda, projetamos nossas visões de mundo a compreensão da sociedade na construção de nossas matérias. Será que estamos pautando realmente o que a sociedade quer ler? Talvez estejamos repetindo diversas vozes que muitas vezes não faz sentindo para os nossos “clientes”. Talvez o jornalismo ambiental deva aprender com isso, para que possa realmente assumir um papel de maior interferência na sociedade: “O que é consumível o sujeito compra, do que é público o sujeito participa”. Para mim o jornalismo ambiental é público, e cadê a participação do povo?

Numa análise desse comportamento, Robert Hockett sublinha que alguns dos pressupostos desta versão são: a) os jornalistas detêm o controle pessoal sobre os produtos jornalísticos; b) os jornalistas estão dispostos a injetar as suas preferências políticas no conteúdo noticioso; c) os jornalistas enquanto indivíduos têm as valores políticos correntes e, a longo prazo, estáveis. O mais engraçado é que muitas vezes esses valores são substancialmente diferentes dos da população em geral. Será que podemos realmente pautar as notícias? Ou será que devemos compreender primeiro o que a população realmente o que a população quer saber. Não retiro aqui a importância, por exemplo, da mídia ter pauta as mudanças climáticas; mas ela já havia feito isso várias outras vezes e somente após o filem do político americano, as mudanças climáticas realmente ganharam força. Estou enganado?

Voltando para a dicotomia política que cerca a produção de nossas informações. Para a esquerda, o papel dos jornalistas é pouco relevante, mesmo quase invisível, reduzidos à função de executores a serviços do capitalismo – muitos de nós temos sido isso sim, reprodutores de um discurso sem valia e que atende aos interesses do empresariado; quando mais convenientes como as elites – de que lado estamos?

Todos nós sofremos como o papel determinante dos proprietários de comunicação e a sua estreita ligação com as classes capitalistas. A existência de acordos econômicos entre os empresários e as grandes personalidades que agridem o meio ambiente complica ainda mais o trabalho realizado por todos nós. E não foi apenas uma vez que lemos aqui na rede que um de nossos amigos foram censurados pelo que escreveram.

Pegando esse trecho de outra mensagem que circulou na rede: “Porque essa é a minha convicção. Se todos os jornalistas atuassem em ONGs ambientalistas, quem faria o papel de emplacar pautas interessantes, fomentar discussões e avivar pelo menos uma pequena parte da opinião pública?”. Eu pergunto agora, depois do que escrevei: Será que somos nós mesmo que emplacamos pautas interessantes? Ou será que essas pautas surgem a partir da pressão da sociedade sobre o Estado?

Assumo sim que os meios de comunicação podem ser veículos de debates, e hoje a temática que mais está em pauta é a questão ambiental. Creio que podemos permitir uma grande interatividade com os receptores das informações. Também reconheço que os meios de comunicação ambiental, muitas vezes, funcionam como agentes de vigilância e controle dos poderes, nomeadamente dos poderes políticos e econômicos.

Um jornalista ambiental que possui afinidades com as regras sociais vigentes poderá tender a avaliar as situações e a sua própria atividade como algo sem muita funcionabilidade, e cair nas brechas que abem espaço para a fabricação de informações padronizadas e a selecionar o valor noticioso tendo em vista sempre o mesmo tipo de acontecimento (Será que isso que tem acontecido com a temática do “Aquecimento Global”?

Para falar dos jornalistas “neutros”, vou utilizar um trecho do livro de Pedro Souza (2000). “Os jornalistas ‘neutros’ olhavam para as suas obrigações profissionais como resumindo-se a recolher, processar e difundir rapidamente informação para uma audiência mais vasta possível, evitando histórias cujo conteúdo não estivesse suficientemente verificado; os ‘participantes’ viam-se como ‘cães de guarda’, paladinos da investigação jornalística, em ordem a controlar os poderes, pelo que investigam as informações governamentais, providenciavam análises para problemas complexos, discutiam as políticas e desenvolviam interesses intelectuais e culturais”.





 1 2   Next page »   


Tags

You must be logged in to add tags.

Writer Profile
Efraim Neto


This user has not written anything in his panorama profile yet.
Comments
You must be a TakingITGlobal member to post a comment. Sign up for free or login.