Não é de hoje que existe uma preocupação com o meio ambiente. Reconhecida como fundamental desde a época dos Pré-socráticos, através da Phisis, o meio ambiente, neste período ainda referendado como elemento dos deuses, era compreendido através dos elementos: terra, água, ar e fogo. A partir desse momento já é possível enxergar na sociedade grega uma preocupação da relação existente entre o homem e a natureza.
Durante muito tempo a visão que foi construída sobre a natureza a descrevia como feminina e frágil. Entretanto, eram poucos os que confirmavam a influência da cultura nas relações ambientais. A natureza passou a encerrar dois contextos, através do duplo aspecto de interior e exterior; constitui a essência de algo, de caráter, seu conjunto de qualidades intrínsecas, de características de uma pessoa ou coisa, o espírito de um lugar, a presença de fatores ocultos sob uma realidade humana. Já do ponto de vista social; acolhe e sustenta o homem, permite-lhe a sobrevivência, desde que este não abuse, não prive nem se prive do que ele próprio necessita. Essa relação é de sujeito-sujeito, mas a sociedade vigente a reconhece como uma relação sujeito-objeto.
A partir do desenvolvimento das diversas ciências, em especial as exatas, e com a ampliação das idéias reducionistas, além da crescente caracterização filosófica do pensamento linear, o meio ambiente foi perdendo cada vez mais espaço e passou a ser tido como um objeto mecânico e não vivo. Somente depois da Teoria de Gaia, desenvolvida por James Lovelock, supõe uma Terra viva que interagem com todos os outros componentes, físicos, biológicos e químicos.
A relação entre homem e natureza nunca esteve tão distante como neste atual momento em que vivemos. Reconhecemos que muito pouco já foi feito e que muito ainda precisa ainda ser feito. Os discursos de unificação e de difusão científica e tecnológica não existem, e os países do sul ainda estão submetidos aos desejos do norte, por mais que a sociedade mundial e a nossa qualidade ambiental já estejam comprometidas. Infelizmente o nosso futuro ainda está nas mãos de pouco e nas atitudes, pouco efetivas, de muitos; como conseqüência disso, a Terra continua agonizando.
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