|
Por Efraim Neto
A partir do momento em que compreendemos o meio ambiente como “o lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação e que essas relações implicam em processos de criação cultural e tecnológica e em processo históricos e sociais de transformação dos do meio ambiente natural e construído” , a comunicação, em suas diferentes linguagens e suportes, pode potencialmente auxiliar no processo de orientação de conduta, decisões, estratégias e ações em benefício de uma melhor compreensão do campo científico e ambiental. E admitindo a perspectiva de que a ciência abriga diversas dimensões da sociabilidade, estando intimamente ligada, em seu sentido mais amplo, a própria noção de qualidade de vida, de bem comum e de direito social e ao desenvolvimento tecnológico e científico, não podemos abdicar do poder da comunicação para edificar o efeito desta proposta.
Neste sentido, apontamos que a participação da juventude nos processos de construção de uma comunicação, em especial do jornalismo ambiental, direcionada para a juventude é de fundamental importância para que os jovens tenham uma maior compreensão da importância de um ambiental de qualidade e sustentável.
Com a perspectiva de que a juventude faz parte de um contexto de modificações sociais e de que os meios de comunicação são um campo social específico, detentora de poder, interesses, instituições e atores que disputam posições no jogo das interpretações da realidade, a comunicação construída por jovens deve ser estimulada a trabalhar nas áreas que temos sinalizado em parágrafos procedentes e nas temáticas tais como, a ciência, o meio ambiente e a saúde, com a finalidade de que novos jovens sejam sensibilizados a consumir uma informação direcionada para eles e que tenham por finalidade a educação para a sustentabilidade.
Neste sentido, se queremos lograr uma comunicação que colabore em benefício da sociedade jovem e que seja uma ferramenta fundamental que proporcione consciência na população e nos jovens, é necessário que todos os atores estejam envolvidos neste processo, atores tais como: pesquisadores, profissionais do campo científico, gestores públicos, jornalistas e outros comunicadores. Talvez este seja o caminho mais fácil para medir de que forma a aplicação do conhecimento nos veículos de comunicação é diretamente proporcional à qualidade de vida da sociedade . E como demonstra diversos estudos empíricos no Brasil e no Mundo, é mais do que necessário criar um sistema onde todos participem do processo de difusão de uma comunicação para os jovens.
A juventude é a fase da vida marcada pelas ambivalências. Os projetos do futuro que são construídos pelos jovens encaixam perfeitamente no que chamamos de Desenvolvimento Sustentável, sendo o caminho que muitos jovens traçam para alcançar seus sonhos é o da Educação Ambiental, área que tem se tornado o meio de expressão e manifestação do desejo de atuar e participar. Vivenciar, desenvolver e compartilhar processos transformadores a partir da educação ambiental e do jornalismo ambiental mantém a chama da esperança acendida e possibilita reflexões para a construção de mudanças.
Entendo a sustentabilidade como “a possibilidade de se adquirirem continuadamente condições iguais ou superiores da vida para um grupo de pessoas e seus sucessos em u dado ecossistema (...) basicamente, se trata do reconhecimento de que é biofisicamente possível em uma perspectiva de longo prazo ”, e percebendo de que a inquietude da juventude com relação ao seu futuro, o jornalismo ambiental feito por jovens para os jovens se propõe com uma ferramenta de todas as sociedades e que a partir disso seja possível a formação de um novo paradigma – subjetivo – que pode ser um instrumento para uma melhor qualidade de vida.
Nos atuais meios de comunicação vemos o que chama de “mídias jovens” tratarem a juventude como apenas “audiência” e, segundo informa a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI, 2005), no Brasil somente 5,11% das fontes das notícias são jovens. Por este sentido, é mais do que importante que os jovens participem do processo de construção das notícias ambientais, onde teríamos uma maior participação dos jovens em todos os processos de construção e cobertura da notícia. Somente assim será possível desenvolver um jornalismo para a sustentabilidade.
Neste cenário de grandes mudanças sócio-econômicas-ambientais, a juventude aparece neste momento com a responsabilidade de promover um habitat mais equitativo, configurando a civilização e as atividades humanas de maneira que a sociedade, em suas mais diversas gerações possa “suprir as necessidades das gerações atuais sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Como o jornalismo trata da vida cotidiana, tendo como foco as singularidades dos fatos para construir suas notícias, não é de estranhar que a saúde e o meio ambiente tenham presença consideráveis na cobertura nos meios de comunicação e sejam temáticas tão presentes entre os jovens. Por isso, é muito importante que todos os jovens juntos possam construir uma comunicação que tenha como objetivo um discurso jovem para os jovens, onde sua finalidade seja as articulações para a reformulação do comportamento dos jovens em relação à crise ambiental existente.
|
Tags
You must be logged in to add tags.
Writer Profile
Efraim Neto
This user has not written anything in his panorama profile yet.
|
Comments
Muy buen artículo... Carla | Dec 4th, 2008
Así es hay una necesidad urgente de articulación.
Parabéns!!! Luciana Brasil | Dec 4th, 2008
Efraim! Amigo, você é fantástico!!!
E o projeto com o PNUMA?!
Vamos marcar um encontro.
Beijos!
You must be a TakingITGlobal member to post a comment. Sign up for free or login.
|
|