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A III Conferência Nacional de Meio Ambiente está chegando (08 a 11 de maio de 2008 - http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=255938). Qual o papel da imprensa no processo de construção das propostas que serão apresentadas durante as reuniões em Brasília? O tema da III CNMA é: "Mudanças Climáticas". Sabemos que significantes recursos públicos são aplicados em eventos dessa finalidade. Entretanto, são poucos os resultados evidenciados. E lanço aqui uma pergunta muito importante para todos nós jornalistas: "O que foi publicado sobre essas supostas mudanças sugeridas pelos delegados em 2003 e 2005?"
Incluir a sociedade civil organizada na deliberação sobre temas fundamentais e urgentes é saudável como exercício democrático. Entretanto, as mais derivadas propostas construídas em grupo que buscavam o bem comum nunca entraram em evidência. Como exemplo, na primeira conferência, venceu a proposta que "proíbe a transposição do Rio São Francisco em qualquer instância, independentemente dos resultados dos estudos de viabilidade técnica". O governo não escutou a "voz do povo"! E nós da imprensa, escutamos? Publicamos o quê sobre essa temática? Por que não relacionamos a questão das formulações das políticas públicas às informações contidas em nossas matérias? Qual é o compromisso que nós, jornalistas e futuros jornalistas, assumimos perante a formulação das políticas públicas nacionais?
Acredito que, assim como nas conferências anteriores, a cobertura e as suítes dos temas discutidos não serão suficientemente expressivas. Não creio que a III CNMA vá render bons frutos, como enxergo que a imprensa poderá recortar somente as questões das mudanças climáticas, deixando de lado programas importantes como a desertificação e a gerência dos nossos recursos hídricos. Será que a imprensa irá pressionar o Estado por medidas mais eficazes?
Enquanto temas como as mudanças climáticas são sempre debatidos por nossa imprensa, outros temas não menos importantes perdem espaço. Como rever isso e fazer um jornalismo para a sustentabilidade e não para o "alarmismo"? Acredito que esse seja o nosso paradigma. Vamos pensar de que forma podemos realizar uma cobertura de sustentabilidade nas conferências estaduais, municipais, etc.
E no caso de eventos como a CNMA, qual o papel da imprensa? Apenas informar os acontecimentos? Acredito que o nosso dever, até mesmo por sermos cidadãos, é o de pressionar para que as metas sejam realmente atingidas. É nosso dever agendar esses temas na mídia e, com ética e coerência, criar enquadramentos que sustentem e ratifiquem as questões da sustentabilidade, além da possível mudança de comportamento social perante as questões ambientais.
Infelizmente, se nada for feito, o nosso futuro continuará nas mãos de poucos e nas atitudes pouco efetivas de muitos; como conseqüência disso, a Terra continuará agonizando.
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Efraim Neto
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